IDEA's para Pais: Materiais de Apoio
Ontem, realizou-se mais uma sessão de IDEA's para Pais, uma iniciativa da LISPSI - Centro de Psicologia Clínica e Educacional, centrada na formação especializada e no aconselhamento parental. Dirigiu-se, em especial, a pais, professores e profissionais que querem apoiar a aprendizagem e promover o sucesso nos primeiros anos de escolaridade.
Esta publicação surge para facultar materiais de apoio e de estimulação de ideias e reflexões. Todos eles focam-se no período atual de Educação à Distância - E@D. Revêm-se em alguns deles...? O que é que vos fizeram refletir...?
Perguntas frequentes
Como posso apoiar o estudo do(a) meu/minha filho(a)?
Como fazer a gestão entre o tempo que dedico à minha profissão e o que dedico ao(s) meu(s) filho(s)?
Onde posso encontrar recursos de qualidade para trabalhar com os meus/minhas alunos/filhos(as)?
Como estabelecer e desenvolver o contacto com o(s) professor(es)? Como apoiar?
Recursos da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Exemplos de afirmações (crenças e convicções) sobre o retorno da E@D
“Noto que há muita disparidade. Isto não é uma coisa homogénea. Cada escola ou agrupamento está a fazer as coisas à sua maneira, acredito eu, como podem e conseguem. Mas há coisas absolutamente inadaptáveis com crianças que estão nesta idade três ou quatro horas por dia à frente de dispositivos. (…)” (Encarregado de Educação, 10/Fev/2021, SIC Notícias)
“Há momentos do dia em que se torna muito difícil de gerir, e há alguma coisa que normalmente fica para trás. É complicado. (…) Não é de todo fácil chegar aos meninos. (…) Não os sentimos, não estamos fisicamente com eles. Em Pré-escolar, eles são um elemento ativo na aprendizagem e (…) aqui estamos condicionados por um computador. Portanto, não conseguimos fazer as aprendizagens que normalmente fazemos em sala.” (Educadora de Infância, 10/Fev/2021, SIC Notícias)
Link: https://sicnoticias.pt/pais/2021-02-09-Alunos-sem-computador-em-Santa-Maria-da-Feira
“Para já, têm de assistir às aulas através do ecrã [do telemóvel]. Depois, têm de fazer trabalhos. Mas aquilo é muito pequeno (…).” (Encarregada de Educação, 09/Fev/2021, SIC Notícias)
“Eu acho que estamos muito atrasados na ajuda a estas crianças que voltaram (…) para casa. Os pais (…) nem sempre têm recursos. Nós somos três cá em casa, e eu já tenho dois computadores. Eu não posso fazer mais, porque a minha carteira não estica.” (Encarregado de Educação, 09/Fev/2021, SIC Notícias)
“[A] outra fase foi muito difícil, porque eu não dominava nada disto [(tecnologias)]. (…) Para construir um formulário levava muitas horas, e parava em pequenos pormenores. Para quem domina isto, seria facílimo e resolver-se-ia rapidamente. Para mim, foi muito complicado. (…) Mas vejo que [o recurso a este tipo de ferramentais digitas] permite uma autoavaliação e uma autorregulação da aprendizagem (…).” (Professora, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
“Os miúdos não têm equipamentos muito bons, e a rede também não é muito boa. Claro que há um entrave. [Mas encontrámos várias soluções].” (Professora, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
“É mais fácil [o ensino presencial] ao invés de estar aqui no computador. Em casa, temos muitas distrações.” (Alunos, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
“Há muitos desafios, e que resultam essencialmente de não terem sido tomadas uma série de medidas no último ano (…). (…) Estou a referir isto porque ainda é possível tomar as medidas necessárias e antecipar os problemas. (…) O Ensino à Distância é altamente técnico e muito contraintuitivo, [e] implica um corte radical com a prática habitual de ensino presencial. Isto tem de ser ensinado. Em Março do ano passado, o mais tardar em Abril, os professores deveriam ter recebido um modelo pedagógico para cada um saber, em cada momento, o que é que tem de fazer, como (…) e porquê (…). O mesmo para os alunos e para os pais. (…)” (João Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
“A passagem dos horários das escolas para o Ensino à Distância tornaria o ensino praticamente inexequível. Está a ver o que é uma família com vários irmãos (…) e pais em teletrabalho ter computadores para todos e redes de Internet que aguentem? Isto é estar a pedir o impossível. (…) Umas das técnicas mais eficientes de todas são de ensino assíncrono, onde não há esta pressão, nem em termos de matéria nem de Internet. (…)” (João Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
“É preciso as pessoas perceberem um conceito muito importante: o Ensino à Distância é o modelo por excelência do ensino em proximidade. Se isso não está a acontecer, é porque as coisas estão a ser muito mal feitas. (…)” (João Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
“A formação em Ensino à Distância não é só necessária para esta época de emergência. É necessária para provocar a (…) adaptação das escolas que, em grande parte, copiam os modelos que vêm do século XIX. Tudo isto era uma oportunidade para se fazerem as coisas bem feitas, e ainda estamos a tempo de o fazer. (…)” (João Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
Link: https://sicnoticias.pt/pais/2021-02-08-Uma-sala-de-estar-convertida-em-sala-de-aula
"É muito difícil lecionar matemática à distância, então a parte da geometria é muito complicada. Manusear o transferidor e o compasso é muito complicado.” (Professora, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
"O ano passado tivemos um trabalho louco. Passamos muitas horas, muitas vezes sem refeições, a corrigir trabalhos, perceber onde erram e quais são as dúvidas." (Professora, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
"Agora as coisas não são tão desconhecidas, o ano passado eles mostraram-se mais ansiosos." (Professora, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
"É complicado. Os meus filhos já são crescidos e isso facilita, já tem um certo grau de autonomia, mas no intervalo vou lá espreitar e ver o que se está a passar." (Professora, 08/Fev/2021, SIC Notícias)
“Não fomos apanhados de surpresa. Já houve formação de alguns professores e vai haver mais. Desta vez já estávamos preparados para a possibilidade do ensino à distância. Nós já estávamos a trabalhar desde o ano passado com os alunos através das plataformas digitais de comunicação.” (Professora, 05/Fev/2021, SIC Notícias)
“No ano passado, o próprio Ministério [da Educação] foi apanhado desprevenido. Apesar de haver muita comunicação com a escola, com os professores, com os pais, as pessoas sentiam-se um bocado inseguras para estar com os alunos e para estar online, até por causa da proteção de dados. Houve aqui fatores que este ano já não se põem porque, felizmente, isso já foi sendo ultrapassado e as pessoas também já estão habituadas.” (Professora, 05/Fev/2021, SIC Notícias)
“Por um lado, o ensino em casa foi bom, por outro foi mau porque no computador há mais distrações. Eu gostei porque não há confusão quando o professor faz uma pergunta, não há muita gente a falar, mas o que eu não gostei foram as distrações que tenho no computador, como os jogos.” (Aluno, 05/Fev/2021, SIC Notícias)
“Eu ainda consigo assimilar, não ajudo porque eles não aceitam. Porque têm formas de aprender diferentes daquelas que eu lhes estou a transmitir. Imaginem o que é outros pais que não têm a capacidade de assimilar isso ou que não conhecem sequer a matéria e tentam estudar com os filhos. Acho que deve ser uma tensão terrível.” (Encarregada de Educação, 05/Fev/2021, SIC Notícias)
“Em relação à retenção de conhecimentos houve falhas. Notou-se perfeitamente. Basicamente o primeiro mês de aulas, até final de outubro, o que fizemos nas aulas presenciais foi recordar, rever conteúdos que foram dados durante aqueles meses de ensino à distância.” (Professora, 05/Fev/2021, SIC Notícias)
“A própria criança já percebeu que isto não é algo assim tão provisório como pensámos no ano passado e eu acredito que os próprios pais vão perceber que é preciso criar responsabilidade nos filhos. Nós precisamos do apoio do encarregado de educação nos mais novos.” (Professora, 05/Fev/2021, SIC Notícias)
“No geral, acho que o mais negativo que há neste tipo de ensino é o aumento das desigualdades entre os jovens. Quem está numa situação precária vai ficar numa situação mais precária, quem não tinha apoio vai ficar ainda com menos apoio. Quem só tinha o ATL para ir, já não tem. Quem só tinha aquela refeição para fazer, já não vai ter. Para os miúdos, em termos sociais, é péssimo. Em termos de aprendizagem é pior ainda porque muitos não têm condições praticamente nenhumas, nem conforto." (Encarregada de Educação, 05/Fev/2021, SIC Notícias)
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