Pode esta FLOR ser PERFEITA...?


Pode sim, como tantas vezes nos apetece dizer... PERFEITA mas não PERFECCIONISTA!

E qual é a diferença?

Esta flor não é humana, não pensa, não avalia, não antecipa, não se aflige, não se perturba, não se inibe, não perde o sono, nem tem dores de barriga... não sofre por tudo aquilo que não é e devia ser. Esta flor simplesmente É.
Pode o jardineiro esforçar-se por melhorar a espécie, por lhe facilitar o crescimento ou otimizar as condições de solo, rega e adubo... claro que sim! O que será PERFEITO. Mas não precisa (nem deve) ser PERFECCIONISTA. Não precisa de ser nem obsessivo, nem aflitivo. Nem milimétrico, nem desesperante.
Jardineiro que observa uma flor assim, diversa, múltipla, complexa, de muitas cores, com diferentes zonas, em diferentes estádios de floração, de maturação... observa e enche-se da beleza de uma perfeição assim... diversa, múltipla, complexa, em diferentes estados de floração. E é perfeito. O que significa que é harmonioso e de acordo com o que a natureza diz e a habilidade de quem cultiva torna ainda melhor...
E na escola...? Como é na escola...?
Como são as nossas turmas, os nossos alunos...?
(diversos, múltiplos, complexos, em diferentes estados de floração....)
Como os jardinamos na perfeição, sem perfeccionismo...?
Como os ajudamos a aprender sem acomodação, mas também sem perfeccionismo...?
Como podemos ajudar todos a evoluir sem nos perturbarmos por aquilo que não somos (ou não temos) mas devíamos conseguir...?
Como respeitamos na EDUCAÇÃO tudo o que é da nossa natureza, essencial e humana...? Sem nos deixarmos murchar, sem nos deixarmos perturbar, por tudo (e por nada), por tudo aquilo que, num mundo mais-do-que-perfeito, acreditamos mais do que tudo, que afinal DEVÍAMOS SER...
No final deste ano letivo EXTRA(ordinário), como vamos fazer a PONTE para um novo ano, uma nova margem...? O que levamos daqui, o que mudou no nosso olhar, no nosso pensar, no nosso SER...?
O que mudou? O que vamos fazer evoluir?
Ou vamos continuar simplesmente a esquecer o que é essencial na nossa natureza, o essencial (dentro) de cada um de nós, para corrermos aflitos atrás do que devíamos ter feito, do que devíamos ter conseguido, de tudo o que devia ter sido igual e normal e dentro da ordem vigente...?
No próximo ano letivo:
Vamos compensar o que faltou ou acrescentar no que já está a mudar?
No que pode (e tem de) MUDAR! Trabalhar na PERFEIÇÃO, com vontade de aperfeiçoar, não é, nem pode ser, perdermos o essencial da nossa natureza humana (somos PESSOAS), desesperados e perdidos numa crescente epidemia de PERFECCIONISTAS.
Perfeccionistas que nem sabem que o são, e que todos os dias enchem consultórios médicos e de psicologia, com queixas (difusas e múltiplas) de ansiedade, medo, perturbações de sono, perturbações alimentares, dores de cabeça, tristeza, confusão, apatia, cansaço e pânico...?

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