Não Estórias Esquisitas (NEE) & Oficina "Escrevinhar a Escrita"

Play Like a Surrealist: 13 Surrealist Games and Techniques to Unleash Kids  Creativity | Art Sprouts

Para os surrealistas a arte é enfatizada como um fenómeno colaborativo. Com a resultante atividade deste movimento artístico, inúmeras técnicas lúdicas de criação em grupo foram inventadas. Dentro destas destacamos o Cadáver Esquisito.

O jogo, como descrito no livro Jogos Surrealistas (Brotchie & Gooding, 1991), que aconselhamos a consultar para inspiração nesta debanda pela escrita, pode ser efetuado de diversas formas. Contudo este foi adaptado e rebatizado na oficina Escrevinhar a Escrita, em Não Estórias Esquisitas.

A Oficina Escrevinhar a Escrita: IDEA’s para evoluir com estórias… consiste num workshop de reflexão, escrita e reflexão sobre a escrita. No âmbito do Projeto IDEA procuramos abordar a escrita através das estórias e da facilidade como estas podem ser produzidas dado o estímulo e ambiente propício para tal. Acima de tudo encaramos a escrita como uma ferramenta inclusiva, que deve ser abordada consoante as características de cada aluno e pessoa com que se trabalha.

As Não Estórias Esquisitas surgem assim com as iniciais que tão bem conhecemos, apresentando uma abordagem lúdica, simples e intuitiva de se começar a experienciar a escrita criativa e a criação de estórias. O acréscimo de tal surgir de uma forma colaborativa permite o envolvimento do agente educativo no próprio processo de escrita dos alunos, bem como a possibilidade de intervir em simultâneo em múltiplos intervenientes estimulando não apenas a escrita, mas a criatividade e motivação intrínseca.

Na versão abordada na oficina uma folha é passada de pessoa em pessoa, cada uma escrevendo uma frase e colocando a última palavra que escreveu como a primeira da frase seguinte, dobrando a folha sobre a sua frase, deixando apenas uma palavra para a próxima pessoa começar.

 

Não Estória Esquisita elaborada na oficina Escrevinhar a Escrita

A árvore do mundo da brincadeira

Brincadeira! Brincadeira não! Eu estou muito torta

Torta, velhinha, quase sem cor

Cor do fogo, bem intenso

Intenso mar do triângulo das Bermudas

 

Este jogo foi inclusivamente utilizado em contexto clínico de terapia de grupo apresentando resultados positivos em diversas componentes (Kriss & Mulligan, 2013), com os autores a recomendá-la como uma ferramenta com vantagens para diferentes tipos de terapias; a criação de um espaço seguro de partilha pessoal pela sua natureza metafórica; a dinâmica de escrita e espera que ajuda a trabalhar a ansiedade face ao ato da escrita; a criação de uma estória que facilita a discussão das questões projetadas

Variações podem ser aplicadas e recomendadas. Seguindo algumas propostas efetuadas no livro Jogos Surrealistas (Brotchie & Gooding, 1991), é possível aumentar a complexidade, colocando um aluno a escrever o sujeito, com outro a escrever o predicado e um terceiro o objeto de cada frase. A base de escrita em cadência poderá ser mantida, mas o jogo alterado para um de pergunta e resposta. A imaginação de cada indivíduo e as necessidades de cada contexto determinarão a utilidade deste jogo.

Para inspiração tudo pode ser utilizado. No contexto do Escrevinhar a Escrita foi utilizado o baralho Cartas Bolota, que conta com uma coleção riquíssima de ilustrações variadas tanto no que representam como no seu grafismo. Contudo é necessário ter em consideração que de qualquer material se faz uma estórias e que as limitações para a criação de estórias são apenas aquelas que a falta de imaginação impor.


Referências

- Brotchie, A., & Gooding, M. (1991). Surrealist games. London: Redstone Press.

- Kriss, A., & Mulligan, M. (2013). Raising the Exquisite Corpse: Collaborative Story-Writing in Inpatient Group Psychotherapy. New School Psychology Bulletin10(1).

 

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